quinta-feira, novembro 30, 2006

11 de Fevereiro finalmente...

É finalmente sabida a data do bendito referendo sobre o aborto. Não me vou pronunciar sobre a minha opinião pessoal sobre este assunto. Prefiro antes abordar este assunto de outra forma. Para mim o referendo ao aborto é uma fantochada politica levada a cabo por aqueles que como Pilatos lavam daí as suas mãos. Este é de facto um assunto melindroso mas é também um assunto já há muito inadiável. De governo em governo entre tons de rosa e laranja ninguém quis ser o autor da lei que iria fazer exaltar ânimos. É muito mais fácil empurrar as responsabilidades para cima de um referendo. Li há pouco tempo certas vozes socialistas a aplaudir a “coragem” de Sócrates. Pessoalmente não lhe reconheço esta virtude uma vez que sobre uma grande pressão optou pelo caminho mais fácil. Senão pensemos que há leis que têm um efeito directo sobre toda a população e são aprovadas ou reprovadas apenas pelos seus representantes políticos não tendo direito a serem referendadas. Já a despenalização do aborto terá um efeito directo numa ínfima parte da sociedade mas será decidida por todos. Há certamente aqui uma incongruência. O primeiro referendo foi marcado pela abstenção e pela hipocrisia, no segundo parece que irá ganhar o sim mas também é certo que a hipocrisia permanece.

terça-feira, novembro 28, 2006

Filantropos do Natal

Já toda a gente expressou nos seus blog’s a sua mais íntima opinião em relação ao Natal. Vou Copiar. A mim não me chateia o espírito de natal, o blábláblá da tia velha na consoada, nem os peditórios que se multiplicam por todo lado, parecem cogumelos venenosos a proliferar na floresta negra. O que me irrita verdadeiramente, chegando a provocar-me uma certa azia, são as pessoas que fazem os peditórios. Os filantropos do natal. Se o espírito de ajuda é inerente à personalidade de determinada pessoa esta capacidade não deveria manifestar-se durante todo o ano? A verdade é que qualquer acção de beneficência e solidariedade é por si só um acto de egoísmo, mesmo que inconsciente. O sermos solidários com os outros faz-nos sentir bem connosco próprios, dá-nos prazer o facto de prestarmos auxilio a alguém que por alguma razão mostra-se inferior a nós. É inerente ao ser humano e portanto inevitável. No entanto quero saudar todos aqueles que fazem da ajuda ao próximo uma constante no seu dia a dia. A todos aqueles que beneficiando a vida de alguém, auto-sacrificando-se, chegam a casa com a certeza do dever cumprido e que por isso mesmo tem direito de mesmo que inconscientemente se sentir egoísta.

segunda-feira, novembro 27, 2006

O inicio do vício

Numa tentativa frustrada de combater a blogosfera fiz uma promessa pessoal em que não criaria um blog. Falhei nesta promessa, mas também não é muito importante visto que já quebrei promessas bem mais importantes. Além disso é certo e sabido que o ser humano é um paradoxo constantemente em mutação. Já Karl Marx afirmou que cada sociedade germina em si uma semente de destruição, o que é um pensamento interessante se tivermos em conta que ele próprio delineava a sociedade perfeita. Mas em fim criei o meu blog. Ainda não percebi porque o fiz só sei que no momento fez sentido. Assim como faz sentido para mim que use um pseudónimo e que nem sequer desvende se sou homem ou mulher. Vou-me refugiar no escuro para que os rótulos não assombrem a interpretação dos meus textos. apresento-me na sombra de quem quer apenas fazer pensar. Mars Hita